413 – Em defesa de Sarney

Dois anos depois de ter escrito a maior "pirotécnia literária ígnea" de todos os tempos, a obra "Marimbondo de Fogo" elevou o Cavalheiro Sir Ney aos píncaros dos imortais... (clique na arte para sentir o ferrão de perto).
Para o Saci, quem dizia que o Rock in Rio só serve para enriquecer o empresário Roberto Medina e satélites globais, além de divertir os jovens e velhinhos saudosistas da classe média alta, agora torce o beiço. Mais do que uma arena de vultoso faturamento, agora é uma praça/púlpito de denúncia. E dessa vez o bicho pode pegar…
A bola da vez foi Sarney.
– Pobrezinho! – se apieda dele, sinceramente, o Saci.
Dinho mandou ver.
– […] De esquerda, de direita, todos são iguais. Nunca confie num político.
Ele prestou uma “estrondosa homenagem” ao ilustre político e ao Congresso Nacional.
Parece que o Saci não entendeu o espírito da coisa, pois achou justa e merecida. Segundo ele, a principar virtude do imortal José Sarney é não morrer e não sair de cima. Ele já está há cinco décadas no poder, e está mais firme do que nunca. Collor caiu, e ele ficou; Renan pulou fora, e ele sobreviveu. Mérito ele deve ter, independente da ilha que chamou para si e da fortuna que amealhou. É dele mesmo, com seu bigodão de cantor de boleros, a generosidade de partilhar com a família tudo o que ganha e até o que não ganha, na acepção mais denotativa do termo. Se ele fosse um borra-botas qualquer, insiste o Saci, teria acaso sido acolhido na ilustre casa de Machado de Assis e de ser transformado em um imortal?
Para o pândego de gorro vermelho e pito, das duas uma: ou a Academia Brasileira de Letras tem sido conivente com a mediocridade ou o autor de “Maribondos de Fogo” é mesmo uma brasa… Mora?
– Com o tridente bem camuflado… – acrescenta o meu escrachado amigo com um piscadela de olho.
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