688 – Wagner e Neto: a Era das Certezas

Enquanto os foliões se jogam tranquilos nos braços de Momo, os Zerois da Resistência – agora parceiros de batente -, velam pela segurança midiática da Old City. E, para que não se diga que está instalada a ditadura do pensamento único em favor do capital (não confundir com “a capital”), dir-se-á da pluralidade do gosto pela marca do whisky…
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Menandro Ramos
Prof. da FACED/UFBA
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iferente do que escreveu o historiador anglo-egípcio Eric Hobsbawm em carnavais pretéritos, para o Saci, estamos entrando na Era das Certezas. Com a dupla dos atuais gestores dos negócios da Bahia, tem-se a certeza de que os bens da cultura local logo, logo, sob o patrocínio do Estado da Bahia e do Município de Salvador, estarão virando mercadoria rentável nas mão dos astutos artistas-empresários da Boa Terra. Claro, como não podia deixar de ser, gerando muito subemprego e bastante mais-valia, que ninguém é besta.
Com Wagner, a certeza de que a educação continuará marcando passo e a saúde, idem; com Wagner, agora parceiro de Neto nos negócios da Bahia, a certeza de que a mídia dos Magalhães atenuará os números gritantes da violência, e a certeza de que o Carnaval se transformará numa celebração ecumênica da Paz e do Amor na telinha dócil… Com Wagner e Neto a certeza de que, na História da Bahia, a máscara nunca foi tão prestigiada!…
Para o Saci, na política com p minúsculo, tem-se a certeza de duas forças poderosas: a força inflexível da volumosa grana dos empresários para o financiamento das campanhas milionárias e a força serena do voto das massas ávidas por pão e circo. Afora essas duas forças, só a força do controle tecnológico das urnas eletrônicas.
Para ambos os alcaides, operadores maiores dos negócios do Estado da Bahia e de sua old cap, essas certezas são tão certas quão certo o sol alumiará a Bahia de Todos os Santos durante os verões vindouros.
Dessas mesmas certezas partilha melancólico o meu amigo de gorro vermelho e pito, ao som dos pungentes e belos acordes da guitarra baiana, arranhados por algum menestrel maldito bêbedo:
– Triste Bahia! Hilária Bahia! Oh, quanta semelhança agora do PT com o DEM!
fevereiro 13, 2013 às 1:48 pm |
O atual governador enterrou qualquer pálido, esboço, retorno futuro ao governo da Bahia, mesmo com a provável infeliz reeleição de Dilma em 2014, este senhor será agraciado com um dos muitos ministérios. Quanto a ACM Neto, prefiro acreditar que são necessários engolir alguns sapos em benefício do coletivo. Att: Augusto Minervino.