805 – O Rock é uma mercadoria massa!
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Menandro Ramos
Prof. da FACED/UFBA
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vero que onde a Indústria Cultural bota a mão, vira ouro. Da rede (de pano), eu ouvia o que o Saci proseava com a Vaca-Tatá, que viera lhe fazer uma visitinha.
– Não é fácil resistir não, Tatá. O capital conhece os sonhos mais ocultos dos jovens. Me diga: quem não concorda que o rock é massa? Quem não concorda? Até você, que é uma bovina, se amarra no rock, tô mentindo?
– Até eu, por que? Isso é um elogio ou uma queimação?
– Foi mal… Até você é o modo de falar… Você mesma diz que não é chegada a baladas…
– Tem nada a ver! Não curto balada, mas sou chegada a um MP3. Sinta aqui o drama!…
Dizendo isso, a Vaca Tatá apontou para um headfone todo turbinado.
– Já tinha notado. Mó barato! Também, não precisa humilhar…
A Vaca Tatá sorriu com cara de modéstia, explicando que havia mandado buscar nos “States” pela internet. Fiquei pensando no que eu ainda faltava ver neste mundo… Diriam os antigos: “Crendeuspai”!
– Pois é, Tatá. Já não sei mais se o Rock in Rio é o supremo gozo estético da contemporaneidade ou se é pura alienação… Tem gente que já não sabe o que entorpece mais: se a realização de uma Copa do mundo, se a visita de um papa ou se um megaevento como esse do Rock in Rio. O fato é que os caras sacam tudo o que a juventude curte e ama consumir. Aliás, não só a juventude, mas a “velhitude” também! E não tem fronteiras para os empreendimentos. Veja, por exemplo, aqui na Bahia: o galo madrugador é o Festival de Verão, do grupo da TV Bahia. Depois, vem o Carnaval, depois o Festival de Inverno de Vitória da Conquista, também dos mesmos barões. Para fechar com chave de ouro, vem agora o Rock in Rio, com a cobertura mais pesada da Rede Globo, isso sem falar…
Tapei os ouvidos. Sabia que, depois do rock, o papo descambaria para o axé, o funk, o pagode, o kuduro e todas as demais apropriações que o capital fizera das manifestações populares genuínas…
Não tive como não pensar na turma – quem sabe, caduca! -, da Escola de Frankfurt. Que diriam Adorno, Horkheimer, Walter Benjamim, Marcuse e toda a galera que queimou as pestanas para decifrar o fenômeno da Indústria Cultural, diante do grandioso caça-níqueis astuciado pelo alquimista Roberto Medina? Que outra blindagem melhor para o capitalismo poderia competir com a indústria do entretenimento e do eterno hedonismo?
– Diante da megaoperação para abrilhantar o já internacional evento da Cidade do Rock, a lembrança das manifestações da Cidade Maravilhosa em favor de um país melhor, me pareceu traquinagens de moçoilas “de família” em colégio de freiras – confidenciou o Saci para a Vaca Tatá.
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A Indústria Cultural Baiana
Indústria Cultural
setembro 10, 2013 às 8:23 am |
Existe um problema em todo país, e nos subdesenvolvidos é mais grave, que se chama balança de pagamentos. Com a crise atual a nossa balança de pagamentos está crítica. Em princípio, todo show que conte com artistas estrangeiros e quanto mais famosos pior, significa evasão de dólares, valorização do dólar e aumento da inflação por desvalorização cambial. Está na contra-mão das medidas do governo para desvalorizar o dólar.
É o que o grande estadista Brizola definiu com a raiz de todos os nossos males numa frase lapidar contra a qual, nem Delfin nem Bob Fields tiveram respostas:
“AS PERDAS INTERNACIONAIS”
setembro 10, 2013 às 9:54 am |
como o sagrado ximbou, o profano também dança diante da industria cultural. fala-se que essa turma q está aí no poder pegou em armas menos para dar um chega pra lá nos milicos torturadores e mais como um investimento. veja paloci, podre de rico, veja ze dirceu e sua gang… mas outros da época como roberto medina, resolveram assaltar o poder econômico sem pegar em armas, sem dar um tiro… apenas com a lábia que deus lhe deu. e hoje esta podrissimo de rico, atuando na espanha, em portugal e futuramente na argentina. e hoje é capa de revista e exemplo de grande empreendedor. mas existe também outra categoria de capitalista que quase nao são assim apontados: são os artistas-empresários que se vendem ao poder local ou federal como gilberto gil, ivete, belmarques, claudia leite, danielamercuri, só para falar dos baianos que se dizem porta-vozes da dor de cotovelo da massa ignorante…