122 – Tempos Pós-Modernos
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Menandro Ramos
Prof. da FACED/UFBA
Choramingou, o Saci, no meu ombro amigo:
– Ah! Chefia! Tantas lutas, tanta dor, tanto sangue derramado, tantas palavras que evocavam a capacidade humana de sonhar! Pr’onde foram tantas delas como Ética, Autonomia, Esperança e muitas outras que tomaram chá de sumiço? Teriam, medrosas, se acoitado no dicionário, ou simplesmente viraram léxico melancólico de algum Museu da Palavra?
Como eu ainda tentava me restabeler da leitura que fizera dos números indicadores da falência da Saúde e da Segurança Pública do Estado da Bahia, continuei com os olhos fechados, o que deixou o pestinha com a impressão de que eu fizera pouco caso das suas pertinentes ponderações. Tentei esclarecer o que passava no meu íntimo, do pavor que, de repente, se apoderara de mim e ainda mencionei as pesquisas que generosamente apontavam o atual ocupante do Palácio de Ondina como sendo o segundo melhor governador das 27 unidades federativas brasileiras!
Todo o esforço que fiz foi em vão. Meio ressentido, ele deu-me o troco. Virou as costas e foi ter-se com o computador, seu fiel companheiro das horas imperfeitas, mas nem sempre dócil.
Depois de algum tempo de persistentes cliques de mouse e de algumas travadas da voluntariosa máquina, pulou ágil da cadeira giratória. Meio de bandinha, gesticulou e grunhiu algo. Ato contínuo, rodopiou o corpo vigorosamente e se mandou na direção da cúpula da Igreja da Piedade. Sabe Deus onde o seu mal-humor o levaria!
Ao ver a charge que se encontrava escancarada no monitor, em tela cheia, entendi o que ele queria dizer com aquele ríspido gesto e som inaudível. Não era outra coisa senão um pedido rude para eu publicar, no seu Blog, mais uma charge que fizera.
Pelo que pude observar na sua arte, o meu amigo de gorro vermelho e pito estava um tanto pessimista, pois trocara a cor da esperança pelo verde do dólar…
agosto 13, 2010 às 12:42 pm |
Mais uma vez… mais uma sexta-feira 13, de um mês de agosto, no sec. XXI…
Tentei postar e o espaço engoliu o texto, mas ficou o sabor do que queria falar… dos sonhos possíveis, das flores que nascem e brotam no chão… sempre, de forma intermitente… portanto, da espeçança verde que não podemos deixar ser levada, ou substituída…
Queria lembrar também que setembro já vem…
Acredito nos sonhos possíveis e na esperança no tempo presente. Fale para o Saci para segurar seu gorro vermelho e carregá-lo no coração…
E para alegrar a alma, o corpo e as manhas neste início de manhã, uma linda canção de esperança para acalentar o Saci… Para continuarmos na luta!
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Sonho Impossível
Chico Buarque
Composição: Joe Darion, Mitch Leigh (versão em português de Chico Buarque)
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Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer
O inimigo invencível
Negar
Quando a regra é vender
Sofrer
A tortura implacável
Romper
A incabível prisão
Voar
Num limite improvável
Tocar
O inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão