 Lula, o filme do Brasil

Grande Roque!

 

Eles pensaram em tudo: se o “Brasil tem apenas 2.300 salas de cinema, e 93% dos municípios não têm salas de cinema”, em compensação, a “Grobo” vai exibir o filme esquartejado em minissérie, segundo a grande imprensa divulgou. Melhor do que isso, nem na Alemanha foi conseguido com o “Triunfo da Vontade” de Leni Riefenstahl, durante a ascensão do III Reich. (Leia mais AQUI).

Por osmose, as virtudes e heroísmos construídos como qualidades do protagonista do filme, tranquilamente, passarão para quem irá, como candidato (a), pleitear substituir o dito cujo, seja mulher, homem ou mesmo poste. Com ou sem apagão. Por enquanto, Lula é o rei do mundo. Doa em quem doer. Pelo menos, por enquanto… Se tem ou não merecimento, isso é uma outra história, mas astúcia não lhe falta. O fato é que as forças invisíveis (às vezes, mencionadas vagamente como capital financeiro transnacional) continuam conspirando a seu favor.

As artes ou a obra de arte (lumetecnia, talvez, ou qualquer outro nome que se queira dar) na época de sua reprodutibilidade técnica, ainda que tenha perdido a aura, como queria Benjamin, não tem mais que duas opções – SMJ! – ou politiza ou despolitiza.

No mais, só o tempo fecundará o pensamento crítico… Por hora, só nos resta correr para o multiplex ou para a mais próxima espelunca disponível…

A propósito, se tudo der certo, neste final de semana estarei contribuindo para encher, ainda mais, as burras dos produtores e diretores – dos pais, por assim dizer – do “Filho do Brasil”. Já comprei uma pacote de fraldas descartáveis, para fazer as vezes de lencinhos de papel. Falta, agora, a pipoca.

Só uma pequena correção: quando você diz “Seremos obrigados a votar na mulher por falta de opções…”, desculpe-me, comigo não é bem assim. Não estou me sentindo obrigado a nada…

Aliás, minto. Diante de tanta enganação, rapinagem e descompromisso com a causa do trabalhador, por parte da maioria dos plantonistas políticos, minha consciência tem me obrigado/condenado a ser cada vez mais livre!…

Quem sabe um sangue novo para as veias permanentemente abertas da América Latina? Fico sempre no aguardo de um nome melhor para esse cardápio eleitoral insosso!…

Um abraço,
Menandro

———–UOL——————

—–Mensagem original—–
De: joromota@ufba.br [mailto:joromota@ufba.br] Enviada em: terça-feira, 12
de janeiro de 2010 10:07
Para: menandro@ufba.br
Cc: apubdebates-l@listas.ufba.br; debates-l@listas.ufba.br;
docentes-l@listas.ufba.br; dep2@grupos.com.br; faced-l@listas.ufba.br
Assunto: Re: [Debates-l] Agenda de Carnaval da APUB

 

Lula em espanhol!!!! Lula em Francês!!!!! Agora Lula em English!!!! Esse tabareu foi longe demais. Nasceu “virada” para o sol… Até o isopor cheio da “mardita” rendeu votos… Seremos obrigado a votar na mulher por falta de opções… Lula, na cama, sonhando ao lado de Marisa (aquela que entrou calada e saiu muda): Dilma agora a é a sua vez!!! D. Marisa olha e concorda, não fica com ciúmes…

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12/01/2010 – 08h35

Filme sobre Lula pode influenciar eleição presidencial, diz “NYT” O filme “Lula, o Filho do Brasil”, que conta a história da infância e da juventude do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que foi lançado na última semana, poderá ter um impacto sobre a eleição presidencial deste ano, segundo afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário americano “The New York Times“.

“A história para antes de a carreira política de Lula tomar rumo. Mas isso não impediu políticos e outros críticos de questionarem as intenções dos produtores, que lançaram o filme durante um ano de eleição presidencial”, observa o jornal.

* Marlene Bergamo/Folha Imagem

Filme “Lula, o Filho do Brasil”, de Fábio Barreto, é exibido em cinema de São Paulo * Reportagens do NYT em português * Jornais Internacionais * Vídeos

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A reportagem observa que, apesar de Lula não poder disputar a reeleição, “ele espera transferir sua popularidade para sua chefe de Gabinete e sucessora escolhida, Dilma Rousseff”.

“Além de qualquer ajuda para Rousseff, que tem lutado com a falta de reconhecimento de seu nome, os analistas políticos veem o filme como parte da renovação do ‘mito do Lula’, que poderia ajudá-lo a retornar ao poder em 2014”, diz o texto do correspondente do New York Times no Brasil.

Popularidade

A reportagem relata que os produtores e o próprio Lula negam que o filme tenha um objetivo político. “Os produtores dizem que não pretendiam fazer um filme político, mas capitalizar sobre a popularidade de Lula, que mantém uma taxa de aprovação acima de 70% em seu último ano na Presidência”, diz o jornal.

Mas a reportagem observa que os produtores foram criticados por suas supostas tentativas de “limpar” a história de vida do presidente, omitindo passagens como o abandono da então namorada Miriam Cordeiro, grávida de seis meses, quando ele tinha 29 anos.

Os produtores alegaram que deixaram de lado a passagem após a família de Miriam Cordeiro ter ameaçado processá-los.

Outro ponto criticado é a substituição da cachaça, a bebida alcoólica preferida de Lula, pela cerveja – resultado, segundo os produtores, do patrocínio da fabricante de cerveja AmBev. Em uma entrevista ao New York Times antes do acidente de carro que o deixou em coma, no dia 19 de dezembro, o diretor do filme, Fabio Barreto, afirmou que o filme não é um documentário, e sim “baseado em fatos reais, mas com uma pitada de ficção”.

Financiamento

O jornal observa ainda que os produtores do filme foram questionados sobre o financiamento da produção por grandes companhias como empreiteiras e concessionárias de serviços públicos, que bancaram os quase US$ 7 milhões do custo do filme, o mais caro já produzido no Brasil.

“Alguns críticos afirmaram que os patrocinadores podem estar buscando favores do governo no momento em que este entra em um intenso período de desenvolvimento de infraestrutura até os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio”, diz a reportagem.

O jornal diz que o papel que o filme terá sobre a eleição deste ano ainda é incerto, já que, como observam os produtores, “apesar de ter uma população de mais de 190 milhões de pessoas, o Brasil tem apenas 2.300 salas de cinema, e 93% dos municípios não têm salas de cinema”.

Apesar disso, como relata a reportagem, os produtores estão fazendo esforços para que o filme seja visto pelo maior número de pessoas, especialmente entre a camada mais baixa da população, com um plano de exibir o filme em cidades pequenas a partir de março usando telas portáteis.

Uma resposta to “ Lula, o filme do Brasil”

  1. Menandro Ramos Says:

    O Prof. Roque responde:

    Prezado Prof. Menandro:

    A esquerda festiva ou não-festiva sofreu três grandes golpes:
    1. O fim do regime militar.
    2. A democratização.
    3. O surgimento da internet.

    O fim do regime militar foi um balde de água fria na juventude, nas guerrilhas, etc. Gritar contra quem? Não havia mais militares no poder, matando e torturando. A música de Vandré foi esquecida e quem tem menos de 40 anos, talvez não a tenha cantada. A democratização jogou a esquerda para baixo do tapete, sem dinheiro não teve como contrapor ao capital selvagem que garantiu as eleições de Collor, Sarney e FHC. A eleição de Lula foi pura emoção do racional: Queriamos um presidente e ele tinha a cara da esquerda: rosto barbudo, gostava de enfentar a ditadura, fazia greve atrás de greve, chegou a ser preso. Não tinha a fala da esquerda. Pouco ou quase na da leu das tese de Marx; Lenin; Engels; Rosa Luxemburgo, Antônio Gramsci; Mao, Fidel, Prestes e Mariguella. Esse lado “podre” torna-o desconfiado da esquerda crítica que puxa-lhe o tapete após a ressaca da posse e dá oportunidade à esquerda oportunista que até hoje sem mantém no poder.

    Lula gostou dessa aliança que foi ampliada aos extremos de ACM, Sarney até a APUB. Lula é o nome que representa todos esses canalhas que roubam a nação: vai do político analfabeto ao político universitário.

    Se pouca desgraça era pouco, aí veio a internet para lascar com tudo: deixamos de ir às reuniões, aos encontros, às assembléia… não irei, vou lê o relato na internet… Aí eu pergunto que efeito tem para o Brasil essas passeatas digitais. O Garbi da carta está certo, mas e daí??? Qual o resultado prático? Se a mensagem foi enviada para outros Garbis. Foi por isso que eu tirei o time de campo, antes porém disse:

    De Cabral, pois, pois… a Luis Inácio, Lula foi o maior. quanto ao voto para a mulher: todos estão interessados em pegar uma fatia do sutiã e se não for da lycra será uma fatia dos últimos fios do careca que insistem em ficar na serra.

    Abraços,
    José Roque.

    Nota: no caso de Caetano, entrei na briga porque ele foi preconceituoso contra o Lula-nordestino, pois fatou-lhe lastro político para críticar o Lula-presidente.

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